Atleta do basquete de cadeira de rodas sonha com a magistratura

Joan luta diariamente com fé e alegria rumo aos seus objetivos na vida! Foto: acervo pessoal

Texto escrito pelo jornalista Walter Brito

Joan Lucas Oliveira Alves, paraibano de 29 anos, é um símbolo de lutas, resistência, resiliência, conquistas, vitórias e esperança para qualquer ser humano, especialmente para quem sofre um acidente e torna-se deficiente ou nasce com alguma deficiência física.


Além de sua mãe Sueli, o Joan citou com muito carinho nesta reportagem outras duas mulheres: a sua irmã  Joane Línea que é odontóloga e a fisioterapeuta Elenira Cunha. Esta o fez perder todos os medos após o acidente

Aos 21 anos, Joan sofreu um trágico acidente de moto nas proximidades de Cuité, na Paraíba. Nessa ocasião, ele exercia uma função em uma empresa importante, na qual já era um destacado funcionário. Ao sofrer o referido acidente, sua maior preocupação foi com a pessoa que estava na garupa de sua motocicleta. Quando o jovem soube que tinha perdido os movimentos e se tornaria um cadeirante, sem expectativa de voltar a andar, o paraibano de Picuí não se desesperou, e a palavra "depressão" nunca passou por sua cabeça. A partir dali, seu foco foi se adaptar à nova condição.

A coragem de Joan  Lucas e o seu compromisso de superação, certa vez surpreendeu sua mãe. Na foto, o jovem aguerrido escalou uma montanha considerada quase impossível para um  deficiente. "Naquele dia a dona Sueli se emocionou ao ver minha foto no alto da montanha em nossa Paraíba"

Logo se integrou ao time de Para-Atletas do Jiu Jitsu, modalidade que ele praticou no início da adolescência. Sua mãe, dona Maria José de Oliveira, conhecida como Sueli, funcionária dos Correios da cidade em que moram, nunca tinha praticado atividade física, mas passou a se exercitar junto com o filho em alguns momentos. Isso melhorou sua saúde, desempenho profissional e vida doméstica.


O saudoso arquiteto João Figueiras Lima, o Lelé - foi o arquiteto da equipe de Oscar Niemayer responsável pelo projeto do Hospital Sarah Kubitschek e os demais da rede Sarah. Foto / Divulgação

Fazendo tratamento no Hospital Sarah Kubitschek em Brasília-DF, quando questionado sobre o hospital pela médica Luana Priscila Liebsch, Joan afirmou: "O Hospital Sarah é o lugar que todo deficiente e cadeirante brasileiro deveria conhecer. Foi lá que eu abri meus olhos para o horizonte e tive mais força para seguir em frente, pois o horizonte nos ensina a acreditar no impossível! Portanto, foi o Hospital Sarah, com sua equipe competente em todos os setores, que me ensinou os caminhos para a independência que tenho hoje, de 100%", disse Joan com felicidade.


Na foto, a médica Luana Priscila, a Maria das Graças, amiga e responsável pelas hospedagens de Joan na capital brasileira e este jornalista Walter Brito

Questionado sobre suas atividades atuais, Joan argumentou: "Aos 24 anos, um amigo me levou para conhecer o basquete em cadeiras de rodas - BCR, a primeira modalidade difundida no Paradesporto, e me apaixonei logo nos primeiros treinos. Hoje jogo na AAPD-PB na posição de ala esquerda, com o técnico Romero Ramos, ex-atleta da seleção brasileira nessa modalidade. Vamos disputar o campeonato brasileiro em setembro de 2023 em São Paulo, e estou animado e cheio de fé!"


Joan Luca Lucas entre o canadense Patrick Anderson e o Mão Santa Oscar Shimidt. Fotomontagem: Divulgação/Fiba

Na nossa modalidade, o atleta de maior destaque no mundo é o canadense Patrick Anderson, de 42 anos, que conquistou duas medalhas de ouro em 2000 e 2004. Contudo, sou também fã do Oscar Schmidt, que, embora não seja cadeirante, é um exemplo de superação para todos no basquetebol. Eu gostaria ainda de revelar que pretendo estudar direito e fazer concurso para a magistratura, um sonho de infância que almejo realizar com a ajuda de Deus. Conto com o apoio do prefeito da cidade de Baraúna-PB, onde resido, Manassés Gomes Dantas, que é fundamental para minhas atividades esportivas.

Aproveito para agradecer à prefeitura de Baraúna, assim como todos os envolvidos em meu tratamento no Hospital Sarah Kubitschek. Agradeço especialmente à senhora Maria das Graças de Jesus, que me hospeda com carinho e dedicação em Brasília desde a minha primeira vez aqui. Graça é como uma mãe para mim na capital brasileira! Desejo sucesso a este veículo de comunicação que nos proporciona divulgar o Basquete em Cadeiras de Rodas para o Brasil e o mundo", concluiu Joan.

Como se vê, a crença em si mesmo e o otimismo do ser humano não têm limites. Joan mostra que as adversidades da vida são superáveis. Nesse sentido, o ditado "querer é poder" tem grande força, especialmente quando a fé é um elemento fundamental na vida de cada um de nós, como afirmou Paulo: "É a prova das coisas que não se veem"...

Postagem Anterior Próxima Postagem
BRB