Nós vamos ganhar a eleição, diz Lula ao receber apoio de governadores e senadores

Políticos representantes de diversos partidos e de todas as regiões do país manifestaram apoio à Coligação Brasil da Esperança em reunião na capital paulista

Foto: Ricardo Sturket.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, receberam nesta quarta-feira (05/10), em São Paulo (SP), o apoio de governadores, vice-governadores, senadores, deputados federais e estaduais, entre eleitos no pleito de 2022, e em mandato ou na disputa pelo segundo turno. Também estavam presentes importantes lideranças de todas as regiões do Brasil, numa demonstração de força da frente ampla que se formou em torno da Coligação Brasil da Esperança.

Lula aproveitou a ocasião para agradecer outros apoios que ocorreram durante o dia, como o da senadora Simone Tebet e do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. E disse que ficou emocionado ao ver as fotos postadas hoje por Fernando Henrique Cardoso nas redes sociais, ao declarar voto nele.

"Feliz é o candidato que tem a quantidade de companheiros que eu tenho nessa reunião. Eu tenho certeza que nós vamos ganhar a eleição em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Vamos buscar votos em lugares como o Rio Grande do Sul. E sobretudo eu quero agradecer ao meu Nordeste", declarou o Lula.

O ex-presidente disse que sempre foi aberto para composições políticas programáticas. E citou como exemplo a experiência de ser mais votado do que Leonel Brizola na eleição de 1989, e que teve que buscar apoio de uma das maiores lideranças do Brasil na época para reforçar sua candidatura no segundo turno.

Para os dias atuais, Lula defendeu que seu eventual governo precisará investir em infraestrutura para gerar emprego e renda nos estados, e prometeu abrir diálogo com todos os governadores e prefeitos de capitais, seja qual for o partido.

Neste sentido, Alckmin demonstrou confiança no triunfo. "Esse é um dia histórico, pessoas com grande espírito público, experiência e competência [unidas em torno de um projeto]. Tivemos uma grande e expressiva vitória no primeiro turno e teremos uma ainda maior no segundo", garantiu o ex-governador de São Paulo.

Fortalecimento
A reunião na capital paulista serviu fazer um balanço do primeiro turno e estabelecer estratégias para que Lula e Alckmin cheguem à vitória no dia 30 de outubro. Randolfe Rodrigues, senador pelo Amapá, aproveitou a oportunidade para saudar os que estão se incorporando à campanha, como Helder Barbalho, governador reeleito do Pará.

Clécio Luís, governador eleito no Amapá, foi outro que somou à luta pela defesa da democracia. Segundo ele, o povo que vive na Amazônia quer o desenvolvimento sustentável da floresta, e essa é uma pauta do plano de governo de Lula e Alckmin.

Já lideranças do Nordeste como Rafael Fonteles e Wellington Dias, respectivamente eleitos governador e senador pelo Piauí, lembraram que a região sempre votou com Lula por saberem do peso das políticas públicas para combater a desigualdade social, e defenderam o combate às notícias falsas.

"Faltou pouco para vencermos no primeiro turno. E agora, sem meias palavras, vamos completar a vitória. Temos o apoio do PDT, Ciro Gomes, MDB, Simone Tebet, lideranças do PSDB. É uma eleição bem diferente de outras eleições, é pelo Brasil. De hoje até o dia 30 vamos fazer os principais dias das nossas vidas, por democracia", declarou Dias.

Fátima Bezerra, governadora reeleita no Rio Grande do Norte, disse que a primeira batalha foi vencida por Lula, mas que a luta começa para valer agora e que por isso assumiu a coordenação da campanha do ex-presidente em seu estado.

"Não é só diálogo com partidos, mas buscando também diversos seguimentos da sociedade. O Nordeste nunca faltou ao Brasil e nunca faltará de maneira alguma. Mais uma vez estamos dando lição de altivez e sabedoria. Todos temos claro o que está em discussão nesse momento, que é a defesa da democracia", afirmou.

Senador pelo Rio Grande do Sul, Paulo Paim garantiu que a comunidade negra está com Lula e ajudará a elegê-lo presidente. "No seu tempo nós tínhamos um Ministério, a Fundação Palmares existia, nós tivemos a lei de cotas que mudou a cor da universidade", recordou.

Alexandre Giordano, senador de São Paulo, e Kátia Abreu, senadora pelo estado de Goiás, defenderam um país harmonioso e unificado, em que as pessoas prezem pela paz e pela educação. "A gente não pode continuar confundindo pessoas corajosas com pessoas toscas, eu não suporto mais o meu Brasil armando as pessoas que se matam nas ruas, os nossos jovens chorando pelo fim das escolas, ver o presidente imitando e debochando de pessoas morrendo, envergonhando todo o povo brasileiro. Por tudo isso, o plano econômico desta hora é a democracia, por uma questão simplesmente civilizatória", disse Kátia Abreu.

Agronegócio com Lula
Senador pelo estado de Rondônia, Acir Gurgacz foi outro que se somou à frente ampla. Ele, assim como o também senador do Mato Grosso Carlos Fávaro disseram que estão trabalhando para que as pessoas do agronegócio reconheçam que o grande avanço no campo aconteceu a partir de 2003, com Lula na Presidência.

"Venho de um estado rico. De que adianta tanta fartura, se existe tanta gente passando fome? Venho fazendo um resgate do que Lula e a Dilma fizeram pelo agronegócio. Essa é a mensagem que nós vamos levar para todo o agricultor e ao povo brasileiro", disse Fávaro.

A polarização entre democracia e barbárie foi um ponto abordado pelo senador da Bahia Jaques Wagner. Segundo ele, a eleição de 2022 tem uma característica diferente, que é o embate entre democracia o autoritarismo.

Já o ex-governador do Maranhão e senador eleito Flávio Dino, apontou algumas questões para que Lula e Alckmin alcancem a vitória no segundo turno, como o caráter decisivo do Nordeste, que equilibrou a balança de votos durante a apuração. Outro ponto foi institucionalizar a questão do transporte público, para garantir que a população tenha o direito de votar, sobretudo moradores da zona rural.

Segundo Dino, ampliar a campanha no Norte e Nordeste será um dos vetores da vitória do campo progressista. "Eleição se ganha na rua. E militância vai pra rua quando o líder vai na rua. E isso tem um efeito psicológico na nossa militância que estava emparedada pela violência do fascismo. Quando a gente vai pra rua a galera assume, coloca bandeira na janela", disse.

"Disputa de legado é quase tudo, porque pela primeira vez haverá um debate entre o adversário e o nosso campo. Em 2018 não houve, em 2022 também não, ele se escondeu, teve três chances de perguntar pro Lula e tremeu. A verdade é que Bolsonaro morre de medo do Lula", completou.

Senadores e deputados
Também participaram do encontro a governadoras Regina Sousa (PT-PI) e as vice-governadoras Lígia Feliciano (PDT-PB) e Eliane Aquino (PT-SE), os governadores Carlos Brandão (PSB-MA), Paulo Câmara (PSB-PE), João Azevedo (PSB-PB), Paulo Dantas (MDB-AL), além do vice-governador Felipe Camarão (PT-MA).

Entre os senadores, marcaram presença Fabiano Contarato (PT-ES), Renan Calheiros (MDB-AL), Renan Filho (MDB-AL), Paulo Rocha (PT-PA), Jean Paul Prates (PT-RN), Veneziano Vital (MDB-PB), Jacques Wagner (PT-BA), Jader Barbalho (MDB-PA), Camilo Santana (PT-CE), Alexandre Silveira (PSD-MG), Marcelo Castro (MDB-PI) e José Amauri (Podemos-PI).

Deputados federais também estiveram presentes, como Rui Falcão (PT-SP), José Guimarães (PT-CE), Carlos Zaratini (PT-SP), Márcio Macedo (PT-SE) e Rejane Dias (PT-PI), bem como o deputado estadual Evandro Leitão (PDT-CE) e o distrital Leandro Grass (PV-DF).
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