Não exagere no sal


O sal de cozinha dá mais gosto às comidas, função muito valorizada por nós brasileiros. Temperamos a salada, o arros com feijão, o churrasco e muitos outros alimentos com ele, seja em casa ou na rua. Mas o que deveria ser um complemento, acaba se transformando em um inimigo da saúde quando exageramos.

E isso acontece, muitas vezes, sem que nos demos conta porque esse condimento tão presente em nossas vidas tem 40% de sódio em sua composição. Essa substância, que equilibra e regula a distribuição de líquidos no organismo, é usada na maioria dos produtos processados vendidos nas prateleiras dos supermercados.

Em novembro passado, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou o quarto pacto de redução com a Associação Brasileira de Indústrias de Alimentação (Abia), prova de que o tema é levado a sério pelo governo e pelas empresas fabricantes, acrescentando os embutidos (empanados, hambúrgueres, linguiças, salsichas, mortadela e presuntos), os laticínios (requeijão e queijo muçarela) e as sopas prontas às 16 categorias já incluídas na parceria.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo máximo de 2 g de sódio por pessoa ao dia (o que equivale a 5 g de sal), mas a média de ingestão por pessoa, no Brasil, equivale ao dobro deste limite. “Quem estiver com níveis elevados pode desenvolver pressão alta, fator que aumenta o risco de doenças cardíacas e derrames, as duas principais causas de morte e incapacidade no mundo”, alerta Daniela Cierro, nutricionista membro da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran).



Mude temperos e alimentos
O mais importante é usar a criatividade. Com algumas mudanças simples, você continuará preparando pratos deliciosos e com gosto que todos vão elogiar.

Comece provando as receitas durante o preparo, para evitar o abuso, e não dose por pitada, preferindo a colher de chá como medidor. E não se esqueça de retirar o saleiro da mesa para evitar excessos.


“Outra opção é trocar por ervas frescas, como manjericão, coentro, salsinha, cebolinha e oregano, além de azeite e limão, que dão um toque muito especial.

Em complemento, sugiro a escolha de opções que, por si só, têm menos teor de sódio, a exemplo do arroz integral, em comparação com o branco”, explica Fernanda Molina, nutricionista funcional.

A especialista observa que o cuidado deve ser redobrado com as crianças. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 6% dos pequenos são hipertensos no País, em grande causa por causa de maus hábitos alimentares.

“Bolachas recheadas, fast food, macarrão instantâneo, refrigerantes e sucos artificiais, light, zero e diet têm concentração elevada”, avisa. Outros vilões são o biscoito de polvilho e salgados, massas alimentícias e queijos parmesão e prato.


Atenção no mercado


Nas compras, não deixe de ler os rótulos para comparar – considere a possibilidade de pagar um pouco mais para ter uma dispensa mais equilibrada. Até mesmo águas minerais, por exemplo, apresentam quantidades diferentes de sódio em sua composição.

Por isso, vale a máxima de não se precipitar e nem atender sempre aos pedidos dos filhos, mesmo que tenha que lidar com birras e manhas. Invista em refeições nutritivas e divertidas e explique a importância desse gesto para o bem-estar de todos em casa e proponha .


Para não correr riscos desnecessários, tenha em mente ainda outras medidas que fazem a diferença, como moderar o uso de conservas, evite carnes salgadas (bacalhau, carne seca e defumados) e fazer da seção de frutas, verduras e legumes a sua preferida. Afinal, alimentos frescos têm menos sal e são ingredientes essenciais para uma dieta saudável.
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BRB